Chicago – alguns aspectos práticos

1) Onde ficar?

O famoso letreiro luminoso do Teatro Chicago, no Theater District

A área central de Chicago é conhecida como “The Loop”, onde boa parte das atrações ficam (como o Millennium Park, o Art Institute of Chicago e a Sears Tower). É uma região compacta e de fácil locomoção à pé, além de ser cruzada por várias linhas do metrô — aliás, o nome da região deve-se ao fato de que várias linhas do metrô elevado percorrem o Loop de forma circular. Só que eu fiquei com a impressão de que o Loop é uma área basicamente comercial, daquelas que à noite fica bem vazia. Não sei até que ponto essa impressão é verdadeira, mas, se for para ficar no Loop, o melhor é escolher um hotel próximo ao chamado “Theater District” de Chicago (na área da esquina da Dearborn St com a Randolph St, no norte do Loop), onde muitos teatros da cidade ficam. Essa região pareceu-me bem movimentada à noite.

Vista da área norte de Chicago

Eu escolhi ficar o bairro de Near North, imediatamente ao norte do Loop, do outro lado do rio. Embora não tenha grandes atrações turísticas, a região tem vários hotéis, é próxima ao Loop (dá para ir à pé, basta cruzar o rio), além de ser cortada pelas linhas vermelha, roxa e marrom do metrô. Além disso, o trecho da Michigan Avenue que atravessa o bairro é conhecido como “Magnificent Mile”, pela alta concentração de lojas — o que pode animar os visitantes mais consumistas. Também é uma área com opções de bares e restaurantes — embora não tão estrelada como a área a oeste do Loop, de que falei no texto anterior –, facilitando quem não quer ir muito longe à noite para jantar. Finalmente, não muito longe do Near North, no bairro que fica logo em seguida ao norte, chamado Gold Coast, há uma área com ampla oferta de diversão noturna, entre a Rush e a State Streets. Por tudo isso, escolhi o Near North para ficar.

Entrada do hotel Dana, onde me hospedei

A propósito, o hotel em que eu fiquei foi o Dana Hotel and Spa, para o qual consegui um boa tarifa pelo booking.com. O atendimento foi atencioso, a localização é excelente e os quartos são bons — à exceção de um vidro do banheiro, que permite a visualização por quem estiver no quarto. Claro que isto pode “apimentar” uma relação em crise, mas pode também causar constrangimentos caso não exista muita intimidade entre os viajantes. Há também um bar no terraço do hotel, com lindas vistas da cidade.

Vista do terraço do nosso hotel à noite

2) Quanto tempo ficar?

Não gosto muito de sugerir o tempo que cada pessoa deve passar em um destino, já que cada um tem seu ritmo de fazer turismo e dispõe de mais ou menos tempo para ficar na cidade, de acordo com a programação. Eu, pessoalmente, não gosto de fazer as coisas correndo, mas também gosto de aproveitar a mesma viagem para conhecer vários lugares.

O que você tem que ter em mente é que Chicago é um destino “isolado” nos Estados Unidos, que fica difícil conhecer se não for de avião. Não dá para fazer como Boston e Nova Iorque, ou Miami e Orlando. Por isso, ir até lá e passar só um dia não deve compensar o “desvio”. Se for para fechar em um número, eu diria que 3 dias completos são razoáveis para conhecer a cidade.

3) Aeroportos

Chicago é servida por dois aeroportos, o O’Hare (código ORD) e o Midway (código MDW), mas o mais provável é que você chegue pelo O’Hare, já que ele é o segundo aeroporto mais movimentado dos Estados Unidos. É também onde está baseada a companhia United Airlines. O aeroporto é realmente gigantesco; por isso, recomendo chegar com bastante antecedência para não perder o voo.

De qualquer forma, ambos os aeroportos estão conectados ao “El”, o O’Hare com a linha azul e o Midway com a linha laranja. Estima-se o tempo de viagem até o centro em 45 minutos, a partir do O’Hare, e em 30 minutos, a partir do Midway.

Usamos o “El” tranquilamente quando chegamos no O’Hare e, após duas conexões, descemos bem próximos ao hotel. Na volta, como nosso voo saía do O’Hare relativamente cedo, ficamos com receio de depender do horário dos trens e pegamos um táxi. Não me lembro exatamente do valor da corrida, mas o Lonely Planet estima algo entre 35 e 45 dólares (eu acho que custou um pouco mais que isso, mas não tenho certeza).

4) Usando o metrô

Mapa do metrô de Chicago

Conforme relatei no texto anterior, o sistema de metrô de Chicago é conhecido como “El”, ou simplesmente “L”, de elevated, já que ele corre, em boa parte, por cima das ruas da cidade. Achei o sistema seguro, e mesmo à noite não tivemos problemas — embora a frequência possa assustar um pouco. Como disse acima, conseguimos pegar o metrô já na chegada, no aeroporto de O’Hare, sem problemas.

The El

Ainda no aeroporto, adquirimos um cartão que dava direito a viagens ilimitadas por três dias, ao custo de 14 dólares. Há outro para um dia, que custa US$ 5,75, e outro para sete dias, com preço de US$ 23,00. Como a viagem simples custa US$ 2,25, não sei dizer se valeu à pena, mas pelo menos usamos o metrô durante todo o período na cidade (que foi exatamente de três dias), sem preocupações. Todos os preços das tarifas você encontra no sítio da CTA (a Chicago Transit Authority).

Cuidado com malas muito grandes: algumas estações centrais (e antigas) são limitadas no quesito acessibilidade, o que significa ter que subir e descer escadas.

5) Praias em Chicago?

Sim, o Lago Michigan tem algumas praias dentro da cidade. Não as conheci, pois, quando visitei Chicago, no final de setembro, o clima já estava razoavelmente frio (durante o dia não passava dos 15 graus). Em todo caso, o Lonely Planet diz que as praias ficam bem animadas durante o verão; por isso, se você for entre junho e agosto, tente ver como é uma praia em Chicago e depois venha aqui contar suas impressões.

As principais faixas de areia de Chicago são a North Ave Beach, em frente ao Lincoln Park (região norte da cidade), Oak St Beach, no bairro de Gold Coast e a 12th St Beach, perto do Planetário Adler.

6) Mais restaurantes

No texto anterior, eu falei da crescente cena gastronômica de Chicago, com vários restaurantes estrelados no Guia Michellin. Mas o viajante com orçamento limitado (ou o mão-de-vaca) pergunta se não há outras dicas de restaurantes mais em conta.

Experimentei três restaurantes indicados no Lonely Planet numa faixa de preço mais tranquila. Aqui vão minhas impressões:

Twin Anchors e a cerveja “Maudite”

a) Twin Anchors (1655 N Sedgwick St): na região conhecida como Old Town, próximo à estação Sedgwick das linhas marrom e roxa do metrô, fica esse restaurante despretensioso, com decoração old school. Chamou a atenção a simpatia da atendente, que achou curioso dois brasileiros em Chicago. A especialidade local são as carnes — gigantescas, por sinal, dá para dividir tranquilamente. E ainda tem cervejas locais (como a da foto acima).

Restaurante Opera

b) Opera (1301 S Wabash Ave): na região ao sul do Loop, fica próximo ao Field Museum e ao Shedd Aquarium; a estação de metrô mais próxima é a Roosevelt (linhas vermelha, laranja ou verde). Dada a proximidade, almoçamos lá antes de fazer nosso passeio na beira do lago (de que falei nesse texto). Estava meio vazio, mas adorei a decoração oriental meio kitsch do lugar. Como a Chinatown de Chicago não fica muito longe dali, é essa a orientação do cardápio. E também tem cervejas locais!

Cerveja Krank Shaft no Opera

c) Nacional 27 (325 W Huron St): no bairro do Near North, fomos lá porque era perto do nosso hotel. Com pratos inspirados em vários países da América Latina (há ceviches no cardápio, por exemplo), a principal fonte é mesmo a cozinha mexicana. Fomos jantar durante a semana e estava meio vazio, mas parece que nos finais de semana rola ritmos latinos em uma pista de dança que há no local.

7) Para os chocólatras

Se você é chocólatra como eu, não deixe de conhecer a loja Vosges Haut-Chocolat, em Old Town, pertinho da estação Armitage, das linhas marrom e roxa. A proprietária, Katrina Markoff, apresenta chocolates misturados a sabores bem diferentes do usual: não tive coragem de comer o chocolate com bacon, mas o de sal negro e caramelo era delicioso! Outras misturas exóticas incluem chocolates com blood orange, banana e curry indiano, para ficar só em alguns. As plaquinhas com caramelo e um toque de sal também estavam deliciosas, trouxe para casa e todo mundo gostou. Aliás, pode ser uma boa lembrancinha para a família e os amigos.

3 pensamentos sobre “Chicago – alguns aspectos práticos

  1. Olá achei bem legal seu blog! Em Dezembro estarei fazendo um curso em Vancouver e tenho uma conexão de 10 hrs em Chicago, queria muito conhecer e almoçar no centro… como é minha 1ª viagem vc acha q. seria perigoso, no sentido de eu me perder e perder o proximo voo p/ o Canada??? o que vc me sugere??? grata. Rosi

    • Cara Rosi, obrigado pela visita! Acho tão complicado sugerir alguma coisa numa situação dessas… vai que você perde o outro voo? Vou me sentir muito culpado! O que eu acho: 10 horas é um período razoável para tentar fazer um passeio rápido pela cidade, mas como essa é sua primeira viagem internacional, acho que toda prudência e cautela não serão excessivas. O primeiro ponto é observar se o voo até lá não chegou com muito atraso (o que já reduziria as 10 horas). Também é bom verificar se o seu check in já foi feito até Vancouver (o que é provável). Mesmo com check in feito, é bom lembrar que você tem que chegar no aeroporto com uma certa antecedência ao voo e, acredite, os procedimentos de segurança nos aeroportos dos EUA são bem chatinhos, às vezes faz fila para o raio-X, o aerporto O’Hare é gigantesco… enfim, calcule uma quantidade de tempo razoável para você chegar ao aeroporto antes do voo até Vancouver. Por último, eu usaria táxi ao invés do meio de transporte público, pelo menos na hora de voltar para o aeroporto. Se você for usar o transporte público, tem que contar ainda eventual tempo de espera do trem/metrô, eventuais atrasos, as paradas, enfim, uma quantidade de tempo ainda maior que você terá que tirar das 10 horas.
      Sopese todos esses fatores e veja se vale à pena. Se achar que vale, dê uma olhadinha nos textos sobre Chicago e escolha o que quer ver, seja objetiva e vá direto ao ponto! Sair com tudo planejado ajudará a fazer o tempo render.
      Abraços e boa viagem!

      • Obrigada por responder… Acho que ficarei passeando pelo aeroporto… como vc disse, é bom ter cautela… chego lá as 5: 15 meu voo p/ Vancouver é às 18:00… Achei q. fosse tranquilo ir até o centro almoçar e tirar uma fotos… Deixa p/ uma próxima! Valeu pela dica!!!

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